21 fevereiro, 2013

Entrevista com Rafael Canhestro


Fazia muito tempo que eu não entrevistava alguém para o blog, então a coluna entrevista ficou um pouco desativada, mesmo porque procuro fazer perguntas para alguém legal, principalmente os autores nacionais dos livros que leio e gosto. Esse é o caso do mineiro Rafael Canhestro, autor do thriller A Casa que foi recentemente avaliado e resenhado por mim aqui no blog.


Portanto, confira a seguir a entrevista que fiz para o autor. Espero que vocês gostem das perguntas porque as respostas dele ficaram bem legais e sinceras.

Nasceu em 1993 em um lugar distante de Belo Horizonte. Passou a maior parte de sua vida no bairro Leblon, onde cresceu e aprendeu a encarar a vida. Sua paixão pela escrita sempre o acompanhou desde a mais tenra idade. Um pedaço de papel bastava para distraí-lo e fazer-lo viajar para mundos distantes, realidades paralelas. Seu primeiro livro publicado foi A Casa em 2012.

OBS: EPL - Entre Páginas de Livros

EPL - Como pude observar depois que li o livro A Casa, você tem o dom da escrita e é um ótimo autor. Mas, de onde veio essa ideia de escrever um livro e quando esse hobbie começou a ser levado mais a sério por você?

Rafael Canhestro - Tenho gosto pelas palavras desde pequeno, quando pegava livros de autores e os rescrevia por diversão. Houve uma época em que uma folha de oficio me servia para criar histórias em quadrinhos de três páginas, em que o protagonista era um personagem careca que lutava contra seres do mal. Não me pergunte o sentido disso, pois não existe. Eu só sabia desenhar bonecos de palito, não tinha muitos recursos. Quando entrei na adolescência, comecei a ler livros mais adultos e adquiri gosto por obras de terror e suspense, principalmente pelo mestre Sthepen King, do qual me inspiro muito em minhas criações. Então, cansei de apenas degustar livros e decidi que queria criar minhas próprias histórias. Era algo que me fascinava e quando me distraia escrevendo, o tempo passava mais rápido e a diversão era garantida. E cá estou eu, tendo o prazer de divulgar um livro de minha autoria. É muita felicidade para uma pessoa só.


EPL Antes de escrever seu primeiro livro, você já escrevia contos, crônicas ou outros textos?

Rafael Canhestro - Me aventurava escrevendo textos aleatórios, mas nada que pudesse ser considerado literatura. Minha primeira aventura foi mesmo o livro A Casa, o qual escrevi com meus quinze anos de idade. Por esse motivo, considero esse o meu trabalho mais imaturo, mas apesar disso, o mais querido, pois foi o que me iniciou de verdade no mundo das letras.


EPL - Foi difícil encontrar uma editora para publicar A Casa? Entre suas escolhas estava apenas a Multifoco ou outras editoras que chegaram a recusar ou também aprovar sua obra?

Rafael Canhestro - Tentei por outras editoras também, mas a grande maioria deu um prazo muito extenso de reposta, coisa de seis meses ou mais, enquanto a Multifoco garantiu um parecer em prazo bem mais rápido, um mês. E quando recebei a resposta, não pude me conter de felicidade. Está entre um dos momentos mais emocionantes da minha vida.


EPL - Qual é a sensação de ter um livro publicado e registrado pela biblioteca nacional?

Rafael Canhestro - De realização pessoal, mas não de missão cumprida. Ainda tenho muito o que escrever. Espero envelhecer criando e dando vida a mundos e personagens que consigam cativar meus leitores.


EPL - Quando você começou a escrever A Casa? E quanto tempo durou a escrita?

Rafael Canhestro - Se bem me lembro, foi no ano de 2009. Trabalhei cerca de seis meses nesse projeto. Foram meses muito divertidos para mim, isso eu posso garantir.


EPL - De onde veio sua inspiração para criar A Casa, o cenário e os personagens da história? Alguém te ajudou, a ideia veio de um filme ou outro livro...

Rafael Canhestro - Costumam dizer no cenário literário, que nenhuma ideia é totalmente original, sendo uma composição feita de muitas outras. Digo que a essência foi tirada do livro O cemitério de Animais, do mestre Sthepen King. A semelhança está no fato de uma família estar se mudando para o interior, em busca de paz, mas sendo surpreendida por situações das quais se sentem incapazes de explicar. Pessoas comuns envolvidas em tramas repletas de elementos sobrenaturais. É com isso que gosto de trabalhar. Se é para inventar, que seja uma história afastada da realidade e não uma propaganda de manteiga com pessoas sorrindo e dramas fúteis. Tenho de ressaltar que moro muito longe do centro de Belo Horizonte, o que serviu de inspiração para a parte da família estar se mudando para o interior. Alias, o livro citado do King é ótimo, uma boa dica de leitura.


EPL - Você costuma escrever em um local específico? E você costuma digitar ou escrever manualmente suas histórias?

Rafael Canhestro - Qualquer lugar pra mim é perfeito para escrever, desde que esteja silencioso e tranquilo para os pensamentos fluírem com naturalidade. Só para exemplificar o que digo, ultimamente tenho escrito em meu trabalho, onde tenho de comparecer a quase todos os finais de semana. Como nesses dias a demanda de serviço é pequena, aproveito para desenvolver minhas histórias e passo as seis horas que tenho de trabalhar criando. A proposito, prefiro digitar a escrever. Tenho uma letra horrível. Muitos me perguntam se tenho vontade de ser medico.


EPL - Você sempre gostou de ler? E quando veio a paixão pela leitura?

Rafael Canhestro - Desde bem novo. Quando pequeno, possuia uma coleção enorme de gibis da turma da Mônica. Era viciado. Com a idade vindo, desenvolvi gosto por histórias de terror e suspense.


EPL - Qual seu gênero e autores literários preferidos?

Rafael Canhestro - Como citado anteriormente, sou amante do gênero terror. O que assusta e apavora gera atração inexplicável em mim. O autor preferido é Sthepen King. Tenho uma estante cheia de livros dele.


EPL - Conte-nos um pouco mais sobre sua vida. Não apenas sobre seu trabalho de escritor, mas sim como você se define, as coisas que gosta de fazer e de seus objetivos.

Rafael Canhestro - Atualmente estudo na UFMG, onde planejo me formar em letras para aprimorar minha escrita e desenvolver maior conhecimento na área literária. Tirando esse meu traço de escritor, passo o tempo tocando guitarra e violão, pois sou amante incondicional da boa música. Não escondo de ninguém que meu estilo preferido é o rock. Sou fã do Metallica, eles mandam muito bem no cenário metal e espero estar presente no Rock in Rio desse ano, o que é um dos meus sonhos mais antigos. Curto estar com minha família e junto de meus amigos. Nos tempos livres também gosto de apreciar um bom filme e ler, o que costumo fazer mais quando estou no ônibus a caminho do trabalho. Moro longe, em uma zona metropolitana de BH, de maneira que consigo terminar de ler os livros que adquiro muito rápido. São três horas dentro de ônibus todo santo dia, contando ida e volta. Moro no fim do mundo, essa é a realidade. Como objetivo penso em ser reconhecido futuramente como um bom autor, sendo exemplo de qualidade no Brasil e para os gringos, que desprezam a literatura de nosso país. Não os culpo. Nosso próprio povo faz isso.


EPL - Você acha que a literatura nacional está ganhando espaço nas prateleiras dos leitores nos últimos tempos?

Rafael Canhestro - Ainda não temos o destaque merecido. Nas livrarias somos jogados nos cantos das estantes, sufocados pela literatura de fora, esquecidos pelos leitores sempre ávidos por modinhas, best-seller que na maioria das vezes não possuem um pingo de qualidade. Quando um livro de putaria se torna exemplo de boa leitura, é hora de começarmos a repensar nossos conceitos. Falta muito para termos o devido reconhecimento. A maneira de fazermos isso? Trabalhando duro na divulgação, não esperando que as coisas caiam do céu ou simplesmente aconteçam. O resultado só vem depois de muita dedicação e confiança no trabalho.


EPL - Qual a sua opinião sobre blogs literários e todas as outras fontes de divulgação, como Skoob, Twitter, etc?

Rafael Canhestro - São um auxilio tremendo para autores novatos. Conto muita com a ajuda desses meios de comunicação, que costumam dar muito espaço para quem ainda não tem nenhuma visibilidade, sem discriminação. Vantagens dos tempos modernos. Antigamente para um livro se fazer existir as dificuldades eram imensas. Não havia tantas formas para se espalhar a informação. Os escritores de hoje não podem reclamar.


EPL - Após o lançamento da obra A Casa, você pretende criar outras histórias ou projetos literários?

Rafael Canhestro - Já tenho outros projetos prontos. Antes de publicá-los, trabalharei na promoção desse meu primeiro livro. Não tenho pressa. Os outros virão ao público no tempo certo.


EPL - Qual a sensação de ver tantas pessoas comprando, lendo e elogiando seu livro?

Rafael Canhestro - Realização pessoal. A toda vez que alguém diz ter gostado do meu livro, sinto-me o homem mais feliz de todo o mundo. É ótimo ter o trabalho reconhecido por outros. Dá mais vontade de continuar e seguir adiante, sempre desenvolvendo novos trabalhos. O sucesso nem é tão importante. O prazer por estar fazendo o que se gosta e agradando a outros é indescritível.


EPL - Para concluir, gostaria que deixasse uma mensagem para todas as pessoas que se interessaram pelo livro e para todos os seus fãs.

Rafael Canhestro - A todos os que um dia pensam em ter o meu livro nas mãos, agradeço muito pela confiança em meu trabalho e digo que me sinto muito feliz por estar despertando esse interesse especial. Aos fãs, prometo que em breve terão novidades, podem ter certeza. Antes de mais nada, muito obrigado a todos! Ainda me sinto como que envolvido em um sonho, daqueles que não se espera pelo momento do despertar.

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5 comentários:

  1. Adorei a entrevista! Desejo boa sorte ao Rafael, que este seja um início maravilhoso para uma carreira de sucesso (se assim for de sua vontade, claro). Parabéns pelo livro!
    bjs

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  2. Muito boa a entrevista e sucesso à você sempre Rafael. Que seus sonhos se realizem e que Deus abençõe a você e seus projetos e planos futuros, pois você tem tudo pra se dar bem com essa carreira. Parabéns!

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  3. Muito legal a entrevista! O Rafael será um grande autor, tenho certeza disso! Vei fazer muito sucesso!
    Gostei da parte " Quando um livro de putaria se torna exemplo de boa leitura, é hora de começarmos a repensar nossos conceitos." e descobri que existem pessoas que pensam como eu! hahaha
    (Deve ser o nome! :P)

    Gostei da entrevista, ótimas perguntas e respostas!
    Rafa-E+L

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  4. Curti a entrevista! Logo menos, terá vários livros publicados, todos ótimos! Fica aqui, meus votos de sucesso, felicidade e sorte ao Rafael! Que ele consiga alcançar todas suas metas! :D

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  5. Legal a entrevista, curti o guri ele tinha os gibis da Monica (*-*), que ele tenha muito sucesso com seu livro!

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