Entrevista com Leila Krüger

A autora Leila Kruger concedeu para o blog Entre páginas de livros uma ótima entrevista que vale a pena ser conferida por todas as pessoas. Eu também indico para quem leu a resenha ontem, essa é mais uma oportunidade de conhecer ainda mais Reencontro. Tenho certeza de que todos vão gostar.

Vista por muitos como uma célebre escritora que já ganhou muitos prêmios e lançou um incrível livro, essa é um pouco de sua vida, mas às vezes atrás da fama e do reconhecimento há uma pessoa que poucos conhecem. Como você se define?

Em primeiro lugar agradeço a todas as pessoas que tem me dado apoio. É maravilhoso ser reconhecida. Mas temos que sempre ter os pés no chão, humildade e muito trabalho. Procuro fazer meu caminho aos poucos... Sobre mim, me defino como uma pessoa bastante introspectiva, que consegue expressar muitas das coisas que sente, pensa ou vê através da escrita. Sou uma pessoa romântica, no sentido de acreditar no amor, na felicidade, nos impossíveis. Procuro valorizar as coisas simples da vida, ponderar antes de seguir meus impulsos e busco a paz. Mas também sou uma pessoa com ideias próprias, que gosta de fazer as coisas do seu jeito e não abre mão de suas convicções. Tenho princípios que procuro seguir sempre. Uma das coisas mais importantes é você nunca deixar de ser quem é, por nada nem ninguém. O que somos são nossas atitudes.

Reencontro é um livro muito tocante, realista e que nos ensina muitas coisas e valores, como o da fé, da força de vontade e muitos outros. O resultado foi uma história viciante e envolvente que após o término da leitura ficamos refletindo sobre a vida. Foi difícil escrever esse romance?

Não foi difícil, foi maravilhoso. Foi um ano e meio de escrita. Um processo de aprendizagem. Escrever Reencontro foi uma necessidade, não só de escrever para mim, mas com o intuito de tocar outras pessoas com essa bonita história de superação, amor e fé. Acho que nada é muito difícil quando a gente faz de coração, e essa história foi escrita com toda a minha alma e todo o meu coração.

Você se baseou em alguma coisa ou em alguém para estar escrevendo a história? De onde veio a vontade e inspiração ao escrever Reencontro?

A inspiração foi minha vida, o que senti, vi e pensei. A vida é minha fonte de inspiração, em suas infinitas nuances e possibilidades. O amor me inspira, as amizades me inspiram, a dor, a perda, Deus, a solidão, a fé... Pessoas me inspiram. E histórias que parecem impossíveis me inspiram. O impossível é só o que pode acontecer a qualquer momento.

Após o lançamento da obra Reencontro, você pretende criar outras histórias ou projetos literários?

Claro, pretendo publicar poesias, contos e estou trabalhando no próximo romance, que vai ser bem diferente de Reencontro, no ambiente e no estilo. Acho que vai ser mais polêmico, marcando também um amadurecimento literário meu. E um aprendizado. Escrever é uma necessidade para mim, como disse Clarice Lispector, eu escrevo para sobreviver como alguém toma água para ficar vivo.

Quando a literatura se tornou a sua paixão e quais gêneros e livros que você mais gosta?

Não há uma demarcação, sempre gostei de literatura, acho que tem gente que nasce lendo e escrevendo. A literatura é minha essência. Gêneros eu prefiro romance, suspense e poesia. Alguns dos meus autores preferidos estão no livro Reencontro: Clarice Lispector, Érico Veríssimo, Mario Quintana, Cecília Meireles... Outros são Dostoiévski, Lygia Fagundes Telles, Hilda Hilst, Morris West, Hermann Hesse… são muitos... e a lista vai crescendo.

Você acha que a literatura nacional está ganhando espaço nas prateleiras dos leitores nos últimos tempos?

Com certeza. Esse movimento tem sido bastante perceptível, do renascimento da literatura nacional, e acho ótimo que esteja acontecendo. Temos muita qualidade entre os autores brasileiros. Há muitas coisas boas e precisamos estar abertos tanto ao que é daqui como ao que vem de fora, desde que seja bom. E acho que é necessário apoiar os novos autores nacionais, por meio de governo, editoras, veículos de comunicação... Existem novos talentos surgindo aqui e precisamos divulgá-los e valorizá-los. Do Brasil para o mundo.

Qual a sensação de ver tantas pessoas comprando, lendo e elogiando seu livro?

 Fico muito feliz com todo o reconhecimento, e por saber que meu livro possa estar fazendo parte da vida de muitas pessoas. Pode-se concordar ou discordar de ideias que lá estão, ter novas visões sobre a vida e conhecer uma história de coragem e fé. O problema da dependência química, por exemplo, é muito presente e precisamos abordá-lo. Não só a dependência química, mas emocional, sentimental, todas as dependências e faltas que sentimos e precisamos abarcar. A literatura pode ter um papel nisso porque ela tem o poder de modificar as pessoas, e as pessoas têm o poder de modificar o mundo.

O que você acha de blogs literários e de todas as outras fontes de divulgação, como Skoob, Twitter, etc?

Acho excelentes meios de divulgação estes que surgiram com a Internet. A revolução digital, a comunicação de todos para todos, é um marco na história da Humanidade. A informação na Internet pode atingir qualquer pessoa em qualquer lugar e de maneira instantânea. Pode também ser modificada quando se desejar. E é muito importante o apoio dos blogs, sites e redes sociais aos novos autores em especial, que precisam de divulgação, pois o que é visto é lembrado e a Internet é o meio de comunicação mais democrático e acessível do mundo. É claro, a Internet não exclui necessariamente os meios tradicionais, que são bons veículos de divulgação.

Para concluir, gostaria que deixasse uma mensagem para todas as pessoas que se interessaram pelo livro e para todos os seus fãs.

Gostaria que vocês tentassem não desistir de seus maiores sonhos, acreditar sempre outra vez no amor e recomeçar todos os dias. Que procurem valorizar as coisas simples da vida e as pessoas que realmente as amam, sem esperar que seja tarde demais para isso. As coisas mais importantes da vida são aquelas que muitas vezes deixamos passar despercebidas, e quando enxergamos seu valor muitas vezes não podemos mais tê-las. Mas ainda é tempo... Se puderem, conheçam a história de Ana Luiza no livro Reencontro. Uma garota como muitas pessoas por aí, que procurava entender a vida além dos livros, dos poemas, dos filmes e das baladas românticas. Uma história repleta de surpresas. A vida que acontece do lado de fora e do lado de dentro. Reencontro é uma história sobre questionar e, no fim, apesar de tudo, acreditar. Estamos precisando cada vez mais acreditar no que os olhos não veem e no impossível.

Caíque Fortunato - Skoob / Twitter / Facebook

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