Harlan Coben é amigo de Dan Brown, o dono dos livros mais lidos e comentados dos anos 2000, O código Da Vinci e Anjos e demônios. E o também criador de best-sellers — 50 milhões de cópias vendidas, traduzidas para 40 idiomas — diz que, apesar do sucesso comum aos dois, eles pouco falam de literatura, livros e coisas do tipo. “Raramente. Nós conversamos sobre as mesmas coisas que você e os seus amigos conversam”, simplifica o escritor norte-americano, 49 anos, em entrevista por e-mail ao Correio.
Único vencedor da trinca de prêmios da literatura policial nos Estados Unidos (Anthony, Shamus e Edgar Allan Poe), Coben lança, simultaneamente, no Brasil, o nono e o décimo romances protagonizados por seu personagem de sempre, o agente esportivo Myron Bolitar. Quando ela se foi e Alta Tensão já está nas livrarias e são uns dos livros mais vendidos.
Quando ela se foi (Arqueiro), por sinal, tem uma ambição parecida com a dos livros de Brown e seu Robert Langdon, professor de simbologia de Harvard que, ao menos na ficção, descobre segredos que podem reescrever a história ocidental. Dessa vez, Bolitar precisa solucionar uma conspiração que extrapola as fronteiras da América do Norte.
“É a primeira vez que ele viaja para fora do país. Geralmente, Myron lida com problemas em seu próprio quintal ou que envolvem um seleto grupo de amigos, clientes e familiares. Dessa vez, o mundo inteiro corre riscos”, adianta o autor, nascido em Newark, Nova Jersey. Antes da fama editorial, formou-se em ciência política e trabalhou na indústria de turismo. Na novidade que chegou há pouco às livrarias brasileiras, Bolitar recebe uma ligação tensa, imprevista. Amante do passado, Terese Collins pede, desesperada, que ele viaje para Paris e a ajude a encontrar o ex-marido Rick Collins. Eis o problema: ele está morto e Terese encabeça a lista de suspeitos. E mais: fios de cabelo da filha única do casal, dada como morta há tempos, foram identificados perto do cadáver. Mas como? Interrogações e mais interrogações.
Trama internacional
O que começa como uma investigação quase doméstica evolui para uma trama de conspiração que obriga Bolitar a viajar por três continentes. A obra é envolvente o bastante para conquistar leitores que não se cansam de decifrar mistérios. “Muitos romances hoje estão ocupados em dar lição de moral ou ensinar alguma coisa e se esquecem de contar uma história. Histórias policiais são relevantes porque refletem a sociedade e entretêm. Então, elas sempre saem vencendo”, acredita.
Bolitar, no melhor estilo Jason Bourne, o espião desmemoriado dos livros de Robert Ludlum (e dos filmes com Matt Damon), disputa informações com agências de inteligência e se mete em questões de política internacional. Parece seguir um caminho previsível, mas Coben, claro, promete esconder o enigma até a última página. “Gosto sempre de brincar com as expectativas. Aí vai a minha garantia para os leitores: vocês não vão adivinhar o desfecho. Vai chocar, balançar e emocionar vocês”, avisa. Só não diz se o colega Dan Brown também ficou boquiaberto.
Fonte: Correio Braziliense - Editado pelo blog
Ele realmente é um ótimo escritor. Vou procurar saber mais...
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